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terça-feira, 31 de maio de 2011

Morte por dengue hemorrágica passa despercebida pela Secretaria de Saúde

Há dois meses, Erivânia da Silva Santos, de 32 anos, moradora do distrito de São José da Mata, se dirigia em uma ambulância até Campina Grande para levar sua mãe, a enfermeira Maria Aparecida da Silva Santos, de 58 anos, até um hospital da cidade para receber atendimento. Maria chegou ao Hospital Regional às 8h do dia 13 de fevereiro, apresentando sintomas de dengue e com a região abdominal completamente arroxeada. O atendimento e o exame sorológico foram realizados no local, de acordo com a filha, ainda na sala de espera. Seis horas depois, Maria Aparecida veio a óbito. No atestado, a causa da morte: dengue hemorrágica.
O que chama a atenção na morte da enfermeira é que o caso não entrou nas estatísticas oficiais do boletim epidemiológico divulgado pelo município. O laudo da morte que atesta como causa dengue hemorrágica foi assinado pelo médico Antônio Carlos Allassia que atua no Hospital Regional
De acordo com Erivânia, em pouco mais de um ano, Maria Aparecida contraiu a doença por três vezes. "Ela passou seis dias com os sintomas de dengue, cheia de dores, com febre alta, diarreia e manchas arroxeadas no corpo. Ela estava debilitada, mas se recusava a ir ao hospital porque dizia que só lhe diagnosticavam como virose. Até que no dia 13 de fevereiro nós a levamos porque não havia condições dela ficar sem atendimento".
A filha explica que Maria Aparecida sofria de problemas na vesícula desde novembro do ano passado, e teria sido tratada no mesmo hospital em que veio a falecer. "Minha mãe também tinha problema cardíaco e pressão alta. O médico receitou medicamentos para tratar da vesícula, no caso Luftal e Dipirona. Acredito que o uso desses medicamentos, e a fragilidade da saúde dela tenham agravado o quadro de saúde", disse.
De acordo com Elília Pombo, gerente de Vigilância Epidemiológica do município, o caso de dona Maria Aparecida não foi repassado para a Secretaria de Saúde. "Até o momento, a Vigilância Epidemiológica não recebeu esse dado do hospital. Há dois meses, o Hospital Regional atrasa o repasse dos dados, e até o momento não tínhamos essa informação. O caso será investigado", destacou Elília, que enfatizou que tem como provar que o repasse das informações está em atraso.
Procurado pela reportagem, o diretor técnico do Hospital Regional, Flaubert Cruz, explicou que até o momento não foi informado do caso ocorrido com a moradora de São José da Mata, mas que todos os atendimentos realizados em pacientes suspeitos de dengue são encaminhados para a Vigilância Epidemiológica de Campina. "Até o momento o núcleo de vigilância do hospital não informou a direção do hospital sobre o caso da moradora, mas o envio dos dados é repassado para a Secretaria. Inclusive todos os óbitos são repassados", disse Flaubert. Contestado sobre a causa da morte da enfermeira, ele diz. "É possível que o médico tenha diagnosticado clinicamente a dengue hemorrágica, mas a confirmação do exame específico sai 15 dias depois".

Fonte: O Norte Online

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